terça-feira, 10 de junho de 2014

Renascendo o blog Jopinando: será?

estamos-de-volta2

“Criam-se blogs”. Este poderia ser um anúncio muito procurado naquela época do lançamento da moda ”blog” na Internet (até hoje tenho dúvidas se é internet ou Internet; já observei diversas grafias). No entanto, nem foi preciso publicá-lo, pois as instruções de criação dessa dita "ferramenta de mídia social" chegaram ao palco da web com tanta clareza que parir um blog era coisa de minutos, mas com uma alta possibilidade de entrar rapidamente para a estatística da mortalidade infantil.

Perdoem-me se faço um paralelo, ressaltando a facilidade de se gerar um novo ser humano e a criação de um blog, mas a coisa muda de figura, nas duas situações, quando se fala em criar, formar, prosseguir no desenvolvimento.

Segundo a Barsa internetiana , oráculo das pesquisas, conduzida pelo Dr., Prof. , Mestre, Phd, etc e tal, Mr., ou Mrs. (por que não um ser feminino?) Google, o primeiro weblog  foi criado por Jorn Barger, em 17 de dezembro de 1997, – lá se vão dezessete anos, que parecem centenários. Inspirado por Dave Winer 's Scripting News ,  Barger começou a postar entradas diárias no seu Robot Wisdom Weblog , na esperança de encontrar "um público que pode ver as conexões entre seus muitos interesses ".  Não é o caso de historiar mais por aqui, mas o tema é interessante, nem que seja apenas para os blogueiros..

O meu, Jopinando, nascido em 26 de dezembro de 2007, hoje ainda criança, com apenas seus sete aninhos, hiberna desde 10 de janeiro de 2012, creio que num período sabático, talvez inconsciente, de aquisição de novas vidas (como nos games), trazendo-me um paralelo interessante, no qual se precisa ter ganhos, vencer partidas ou mesmo batalhas, ganhar pontos e gerar suprimentos para a continuidade da sobrevivência. Gosto dessa dinâmica. Espelho da vida real.

Venho há muito serpenteando (“serpenteando” mesmo, com avanços, recuos, fugas e botes , como a originadora do termo) nos meandros desse caminho de voltar a publicar no blog.

A estratégia de autoconvencimento ou seja, a ”autoforçação de barra” a qual venho me impondo para o retorno, inclui anotações diárias da palavra “blog” na agenda de mesa, um aviso escrito com pincel atômico (alguém ainda se lembra do que é?) na parede em frente à escrivaninha (sic), etc., coisas que, por vezes, a miopia provocada pela dose de preguiça diária me impedia de ler.

Acordei hoje, repentinamente, não me perguntem a causa única, tenho diversas, com essa decisão.

Moveu-me ao retorno a culpa pela hibernação – assumo –, associada à necessidade de me expressar, a catarse * diária, e principalmente o lema* que orienta a direção do blog “provocador e estimulador permanente de minhas incursões literárias”.

Couberam também estímulos originados nas longas resposta a e-mails de amigos que me sucumbiram a uma ou outra resposta mais elaborada, mais próxima a excertos de crônicas, talvez embriões, e que a letargia me impedia de estendê-la ao blog. Acrescento a insatisfação com os diálogos mantidos em comentários abertos no Facebook, que andou por uns tempos me seduzindo, e que poderia ser uma espécie de “blog” da consciência coletiva, mas que tem se voltado para um viés de banalização ou se perdendo devido às rápidas mudanças dos interesses imediatos. Mas não saio de lá. Há muitas coisas boas que ainda o mantém interessante.

Escrever num blog é coisa atada à solidão. É preciso dela para se refletir e colocar “no papel” essas elucubrações. Não é, necessariamente, o produto redacional de um observador solitário do cotidiano. Está mais para o fruto da pertinente solidão dos escritores ou mesmo daqueles que, como eu, atribuem a si esse título, nem tanto pela competência e talento, mas pelo ânsia de se expressar.

Faço aqui a “mea culpa”, pois me senti nesse período como um pai que abandona um filho na idade de crescimento, justo no momento de formação de sua personalidade. Mas sempre é tempo para reconhecer e assumir a sua sina.

Concluo o post, para quem teve a paciência de lê-lo até aqui, de forma bem popular, com a minha resposta à pergunta do titulo, “Renascendo o blog: será?”: “Já é!”.