sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ NOVOS 365 DIAS EM 2011


Seu presente: um Ano Novo com 365 dias

Jopin Pereira
31/12/2010

365 dias que chegam depressa e se vão mais depressa ainda.

365
dias que se transformam em horas, dias minutos e centena, milhares de atitudes, e por vezes, nenhuma.


365
dias que nos sustentam em milhares (mesmo!) de refeições, nas quais ganhamos e /ou perdemos milhares de gramas.


365
dias em que, se tivermos apenas uma atitude por dia, teremos, no mínimo, 365 oportunidades para:

- cumprirmos, pelo menos, 365 promessas

- darmos, no mínimo, 365 beijos em que amamos

- dizermos, pelo menos 365 “bom-dia”; lembre-se que há dias em que ficamos mudos

- darmos, ao menos, 365 sorrisos, mesmo que seja apenas para você, e tão somente você

- lermos, 365 páginas de diversos livros ou de um só, lendo apenas uma página por dia

- aprendermos 365 palavras de um idioma, apenas assimilando uma palavra por dia

- respirarmos profundamente 365 vezes no ano; nossos pulmões vão te agradecer tanto

- lembrarmos de 365 pessoas que passaram em nossa vida, contatando apenas uma por dia

- caminharmos 365 quilômetros num ano, andando apenas um quilometro ao dia, e teremos
caminhado o equivalente a 8 e meia maratonas

- dizermos 365 vezes “ eu te amo”, e amar a quem se ama, todos os dias do ano

- dizermos 365 vezes “ eu me amo”, e se amar todos os dias do ano.


Essa é a minha lista provisória dos 365 meus próximos dias que chegam no pacote 2011.

Podemos ficar só nessa cota de uma atitude por dia, e já estaremos fazendo bastante.

No entanto, podemos ir um pouco além com um pequeno esforço, e sentiremos como é bom dobrar, triplicar e outras multiplicações.
Com isso, podemos nos presentear com muitos anos de dentro de um ano só!

Se quiser pode adotar essa minha lista, acrescentar, modificar, mas faça também a sua.
Eu, certamente, terei muita coisa a acrescentar na lista dos meus 365 dias, daquilo que você fizer nos seus.

Feliz 365 novos dias de sua vida!

São seus!

domingo, 3 de outubro de 2010


A primavera chegou, e eu aqui, atrasado, mas ainda em tempo de registrá-la, com um especial poema de Walt Whitman.


Eis, cantando na primavera

Eis o que cantando na primavera eu colho para os amantes
(pois quem senão eu entenderia amantes e toda a sua mágoa e alegria?
e quem senão eu seria o poeta dos camaradas?),
colhendo atravesso o jardim do mundo, mas logo passo pelos portões,
ora à margem do lago, ora me adentrando um pouco, sem temer a umidade,
ora junto à cerca de mourões onde as pedras ali jogadas, provenientes dos campos, se acumularam
(flores silvestres e parras e ervas brotam em meio às pedras e as cobrem parcialmente, por tudo isso eu passo),
longe, longe na mata, ou perambulando tarde no verão, antes de me perguntar para onde vou,
solitário, sentindo o cheio da terra, parando aqui e ali no silêncio,
sozinho eu pensara: mas logo uma tropa se reúne ao meu redor,
alguns caminham ao meu lado e alguns atrás, e alguns me tomam pelo braço ou pelos ombros,
eles – os espíritos dos amigos queridos, mortos ou vivos – se ajuntam mais, uma grande multidão, e eu no meio,
colhendo, distribuindo, cantando, lá eu caminho ao lado deles,
pegando como lembrança uma coisinha aqui e ali, jogando para quem estiver perto,
aqui, um lírio, com um ramo de pinheiro,
aqui, do meu bolso, um pouco de musgo que retirei de um carvalho que se vergava para o solo na Flórida,
aqui, folhas de louro e cravina, um punhado de sálvia,
e aqui o que eu retiro da água, passeando à margem do lago,
(oh, foi aqui que eu vi por último aquele que me ama ternamente e que retorna para jamais se separar de mim,
e este, este será para sempre o sinal dos camaradas, esta raiz de cálamo será,
troquem-no uns com os outros, ó jovens, e nunca o devolvam!),
e galhinhos de bordo, e um monte de laranjeiras silvestres e castanhas,
e ramos de groselha e o cheiro das ameixas e o cedro aromático,
tudo isso eu, cercado por uma multidão de espíritos,
vagueando, aponto ou toco quando passo, ou jogo a esmo a partir de mim,
indicando para cada um o que ele terá, dando alguma coisa a cada um;
mas o que retirei da água à margem do lago, isso eu reservo
e o hei de dar, mas somente àqueles que amam como eu mesmo sou capaz de amar.

hese I Singing in Spring
by Walt Whitman
(1819-1892)

These I singing in spring collect for lovers,
(For who but I should understand lovers and all their sorrow and joy?
And who but I should be the poet of comrades?)
Collecting I traverse the garden the world, but soon I pass the gates,
Now along the pond-side, now wading in a little, fearing not the wet,
Now by the post-and-rail fences where the old stones thrown there,
pick'd from the fields, have accumulated,
(Wild-flowers and vines and weeds come up through the stones and
partly cover them, beyond these I pass,)
Far, far in the forest, or sauntering later in summer, before I
think where I go,
Solitary, smelling the earthy smell, stopping now and then in the silence,
Alone I had thought, yet soon a troop gathers around me,
Some walk by my side and some behind, and some embrace my arms or neck,
They the spirits of dear friends dead or alive, thicker they come, a
great crowd, and I in the middle,
Collecting, dispensing, singing, there I wander with them,
Plucking something for tokens, tossing toward whoever is near me,
Here, lilac, with a branch of pine,
Here, out of my pocket, some moss which I pull'd off a live-oak in
Florida as it hung trailing down,
Here, some pinks and laurel leaves, and a handful of sage,
And here what I now draw from the water, wading in the pondside,
(O here I last saw him that tenderly loves me, and returns again
never to separate from me,
And this, O this shall henceforth be the token of comrades, this
calamus-root shall,
Interchange it youths with each other! let none render it back!)
And twigs of maple and a bunch of wild orange and chestnut,
And stems of currants and plum-blows, and the aromatic cedar,
These I compass'd around by a thick cloud of spirits,
Wandering, point to or touch as I pass, or throw them loosely from me,
Indicating to each one what he shall have, giving something to each;
But what I drew from the water by the pond-side, that I reserve,
I will give of it, but only to them that love as I myself am capable
of loving.

sábado, 4 de setembro de 2010

Lua Vazia


lua vazia *
agosto2010

à noite,

fui à janela.

o peso da luz da lua
me chamava
mas só eu a vê-la?

a tê-la?


não havia você,
nem ninguém,
nem eu.


a lua era um
não sei o que.
já não iluminava,
não clareava,
não estava mais presente:


nem eu
,
nem você ,
nem mais a lua.

* segundo a Astrologia, Lua vazia é o período em que a lua deixa de se relacionar com os outros planetas do sistema solar e não forma conjunções, sextis, quadraturas, trígonos ou oposições com nenhum deles, até mudar do signo em que se encontra para o signo seguinte e, então, reiniciar seu ciclo de relacionamentos planetários. assim como o momento que inspirou esse poema.

fonte da imagem: Google

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Antologia HIPER - crônica & conto_ O lançamento

Há muito tempo não tinha uma energização de alegria e satisfação tão imensa e intensa, ali, ao lado do meu mestre, poeta e escritor Cairo Assis Trindade e sua Denizis, dos meus amigos da Literatura e da vida, e de meus familiares, para o lançamento da antologia Hiper - Crônicas e Contos, composto de textos de alunos de sua oficina, na qual participo com o conto “Cacos de Sangue”.

O evento aconteceu no dia 30 de agosto de 2010, na Casa de Cultura Lauro Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ

Realmente, uma noite incrível! Foi ótimo. Perdoem, mas senti-me um pouquinho celebridade.

A alegria da presença três dos meus oito irmãos, Terezinha, Pedro e Francisco, trazendo-me o aconchego e estímulo, através do seu carinho e amor fraternais.

A demonstração de prestígio e amizade que me proporcionaram com as presenças – de amigos como Irmã Elci, Candeias, Marli a Sandra Mesquita, não tem preço, só cabendo a minha retribuição com o mesmo valor e intensidade do que recebi.

A iluminação trazida pelo carinho da minha filha Juliana, do Rigel e Iury e do meu amado netinho Kaleo, só me trouxeram mais estímulo, força e inspiração, para perseverar nesse caminho que me traz rumo na vida.

E também, a lembrança dos amigos e familiares que não puderam estar ali, fisicamente, devido a compromissos pessoais, profissionais e empecilhos da rotina de vida, mas sentidos presentes no coração, cada um ao meu lado, dividindo as alegrias daquele momento.

Eu nem sabia como sentir o que estava acontecendo. Deixei-me apenas levar pelas águas do rio da emoção. Uma sensação incrível de realização, de satisfação, de carinho, como a muito, muito, muito tempo eu não sentia.

Quero mais!! ..rs..

Obrigado pelo carinho!

José Pinheiro Pereira_Jopin

PS. Em breve publicarei imagens do evento e, para aqueles que desejarem, como proceder para adquirirem o livro.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CONVITE_ Lançamento da Antologia "Hiper" Prosa

Participante que sou da

OFICINA DE LITERATURA CAIRO TRINDADE®,

venho convidar você, meu querido, presente e futuro leitor,

a estar presente no evento de lançamento da antologia Hiper Prosas.


O evento acontecerá no dia 30 de agosto de 2010,

numa segunda-feira, de 18:30 às 22:00 horas,

na Casa de Cultura Laura Alvim.

Avenida Vieira Souto, 176, em Ipanema.

Que luxo!!

Quem diria, eu lá?


O livro poderá ser adquirido pela módica participação de R$ 20,00,

para quem quiser, com direito a autógrafo!

Haverá um coquetel, para os convidados!


Prestigiem-me!

E a todos os outros participantes da antologia!

Espero vocês por lá!


Obrigado pela participação ao meu lado!

Abraços do

Jopin Pereira

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Poema_ sexta sem cesta

aqui,
numa esmagante noite de sexta feira,
que me prensa contra a parede de prazeres imaginados,
das promessas de sensações,

preenchimento de vazios,

infinitos que não veem.
mas, muito mais,
que promessas,
que cobranças,
que não-compromissos.

há os pecados mortais que me prometem,
mas só encontro pecados veniais.

no entanto,

só os mortais me salvariam.

noite vazia de sexta feira,
por que preciso preenchê-la?


parece uma prova,

concurso,
que seja!

mate- me de cerveja!


é como estar numa prova
de múltiplas escolhas,

do nada.

opções

que não respondem às questões.


onde estou ?
abandonado a respostas,

a questionamentos,
a promessas
,
a respostas,
de mais uma sexta feira,

que junto com ela,
comigo
vão se acabar!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dez Anos do Site Alma de Poeta


O POLEM desta próxima quarta-feira, dia 26/05, vai ser pura adrenalina.


O site Alma de Poeta irá comemorar seus dez anos de vida.
Venha mergulhar fundo nessa festança de prazer e alegria!

POLEM, DEZ ANOS DO ALMA DE POETA

A ARTE DE BRAÇOS E PORTAS ABERTAS!

Local: Quiosque Estrela de Luz

Posto 1 da Orla do Leme, Rio de Janeiro

- bem em frente ao restaurante La Fiorentina

Horário: a partir das 19 horas


Data: 26/05/2010.

sábado, 22 de maio de 2010

Pergaminho x iPad


Passarei, periodicamente, a postar artigos relacionados à essência do blog, originários de outros meios de comunicação, de autores diversos, apenas com a intenção de concentrar num determinado ponto as informações que leio e me facilitam reencontrá-las e, ao mesmo tempo, divulgá-las aos meus visitantes.

Desde já, solicito aos autores dos artigos a autorização para aqui publicá-los, comprometendo-me sempre citar a sua autoria.

O primeiro a iniciar essa série foi publicado no site Digestivo Cultural , e aborda com bom humor, embora sem omitir uma análise crítica, uma questão bastante polêmica quanto às inovações tecnológicas que buscam a substituição do tradicional livro impresso em papel.

Aquariano, que segundo os astrólogos de plantão são voltados para o futuro, sou apreciador desses gadgets tecnológicos, mas não abandono o outro lado resultante dos arquivos sensoriais que desenvolvi ao longo das minhas experiências em contato com o livro tradicional.

Muita novidade ainda vem por aí, mas nada que tire o belo efeito prazeroso e por que não dizer, fetichista, de se sentir um livro do velho papel nas mãos.


Recomendo aos interessados, como leitura adicional, o artigo " iPad-Admirável Livro Novo " , da revista Bravo ", da Abril Cultural.


iPad
Antonio Prata *
São Paulo, 17/5/2010


Gazeta da Jerusalém, século 1 d.C. Há duas semanas não se fala em outra coisa: de Damasco a Jericó, da Judeia à Galileia, aquém e além Jordão, todos discutem a nova tecnologia que, segundo seus criadores, vai revolucionar a forma como lemos.

Para aqueles totalmente desinformados, que passaram os últimos dias saqueando cidades vizinhas, degolando gentios ou fazendo libações a Deus, explico: trata-se de um bloco retangular, mais ou menos do tamanho de um tijolo, embora mais fino, a que chamam de "livro". A novidade tem conquistado tantos adeptos que já há quem anuncie o fim do pergaminho.

A maior diferença do "livro" em relação ao bom e velho rolo é o conceito de "página": em vez de o texto ser desenrolado continuamente, como fazemos há mais de mil anos ― muito eficientemente, diga-se de passagem ― o "livro" desmembra a escrita em centenas de retângulos de papel. Para passar de um parágrafo ao outro, quando se chega ao fim da tal "página", é preciso virá-la e recomeçar a ler no verso da mesma, lá em cima, o que, segundo alguns estudiosos, interrompe o fluxo da leitura e compromete seriamente a compreensão do texto.


Os defensores do tal "livro" dizem que sua superioridade em relação ao pergaminho reside principalmente em sua capacidade de armazenamento. Enquanto nossos rolos chegam a no máximo dez metros, um "livro" pode conter centenas de "páginas", o equivalente a dezenas de pergaminhos. Ora: para que eu quererei levar por aí tanta informação, se só consigo absorver uma palavra de cada vez? Além do mais, se pretendo ler 10 ou 20 rolos, digamos, num fim de semana no Mar Morto, basta pedir a um escravo que amarre em nosso jumento o baú ou vaso onde os guardo, antes de partirmos.

Outra vantagem que os aficionados pela nova tecnologia não se cansam de apontar é a facilidade de se achar um texto rapidamente, dada a existência da tal "lombada". Se bem entendi, trata-se de uma das superfícies do "livro", oposta à que se abre, onde se pode escrever o título da obra. Ah, filisteus! Não sabem que o prazer da busca reside no caminho percorrido mais do que no objeto encontrado? Nunca viveram a delícia de tirar todos os rolos dos vasos e desenrolá-los, e na procura de um texto dar de cara com outros há muito lidos e esquecidos, e rememorar os dias da mocidade, quando o mundo era calmo e seguro, não havia cristãos se rebelando nem invenções cretinas ameaçando a ordem?


Ouçam o que eu digo, filhos de Deus: nós lemos muito bem com o pergaminho por mais de um milênio e não há por que se supor que assim não o faremos até o fim dos tempos. "Livro" é invencionice desses cristãos novidadeiros e um e outro devem desaparecer antes que você termine de ler o rolo de sua preferência. Páginas?! Lombadas?! Messias?! Quem acredita nessas sandices?

Nota do Editor : Texto gentilmente cedido pelo autor. Originalmente publicado no O Estado de São Paulo, em 19 de abril de 2010.

Antônio Prata (24/08/1977)
é articulista do jornal O Estado de São Paulo, paulista, e tem os seguintes livros publicados: "Cabras, Caderno de Viagem", com Paulo Werneck, Chico Matoso e Zé Vicente da Veiga, "Douglas e outras histórias", “As pernas da tia Corália” ,"Estive pensando" e "O inferno atrás da pia".

1. Observação:
substitui a imagem original inserida pelo autor.

2
. Crédito de imagens:
pergaminho_
http://apacanimaiscadaval.files.wordpress.com/2009/08/pergaminho.jpg

iPad_
http://portalexame.abril.com.br/arquivos/img_961/ipad.jpg

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vladimir Vladimirovitch Maiakóvski, um de meus poetas favoritos, morreu há 80 anos

Vladimir Vladimirovitch Maiakóvski nasceu em 19 de julho (7 de julho no calendário juliano) de 1893 na Geórgia, então Império Russo. Bagdadi, sua cidade natal, chamou-se Maiakovski durante o período soviético. Após a morte do pai, em 1906, mudou-se com a família para Moscou. Em 1908, filiou-se ao partido bolchevique. Participou da elaboração do primeiro manifesto futurista russo e tornou-se uma das mais representativas figuras do movimento. São dessa fase os poemas "Oblako v shtanaj" (1915; "A nuvem de calças") e "Fleitapozvonotchnik" (1916; "A flauta de vértebras") de alta substância lírica.

Após a revolução de 1917, Maiakóvski colaborou com o governo na criação de lemas revolucionários. Depois de sustentar que "não há conteúdo revolucionário sem forma revolucionária", contribuiu para exaltar os valores da nova ordem política com uma obra poética em que usava, cada vez mais, recursos modernos como a sintaxe fonética e visual (em que as palavras se relacionam mais por suas equivalências sonoras e por sua localização gráfica na página do que por seus valores gramaticais), as rimas encadeadas ou a repetição de consoantes fortes com intenção percussiva. Entre os exemplos da poesia engajada que produziu nesse período estão os poemas "150.000.000" (1920), que tem como tema o confronto entre o mundo novo e o velho, e "Oktiabr" (1927, "Outubro"), em comemoração ao décimo aniversário da revolução.

O poeta escreveu várias peças teatrais, sempre ligadas a sua produção lírica, como Klop (1929; O percevejo) e Bania (1930; Os banhos), e também roteiros para cinema.

Empregou ainda, como meios de expressão, o desenho, a caricatura e o cartaz. Suas inovações estéticas, todavia, trouxeram-lhe um conflito crescente com as autoridades stalinistas, e Maiakóvski, depois de escrever um de seus melhores poemas, Vo Ves Golos (A plenos pulmões), suicidou-se em Moscou, em 14 de abril de 1930.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

A minha homenagem hoje, a esse poeta, traduz-se num poema que fiz em 19 de março de 2008, depois de ler “AMO_Comumente é assim” de Maiakóviski a Lila Brik, sua amada e musa.


Poema inspirador:

Amo_Comumente é assim

Vladimir Maikóviski


Cada um ao nascer

traz sua dose de amor,

mas os empregos,

o dinheiro,

tudo isso,

nos resseca o solo do coração.

Sobre o coração levamos o corpo,

sobre o corpo a camisa,

mas isto é pouco.

Alguém

imbecilmente

inventou os punhos

e sobre os peitos

fez correr o amido de engomar.

Quando velhos se arrependem.

A mulher se pinta.

O homem faz ginástica

pelo sistema Muller.

Mas é tarde.

A pele enche-se de rugas.

O amor floresce, floresce,

e depois desfolha.



Poema inspirado:

(Re)existência

Jopin Pereira

19.mar.2008 10:02


acordo e venho ao escritório.

viagem matinal sem sentido.

caminho ao léu pela casa,

na busca de encontrar

o meu dia.


olho o peixe,

no turvo aquário.

ali,

todo dia,

toda vida,

e sem saber

a que hora vai comer.

quando eu lembro?

coitado! nem escolher pode.

só vive na água

se sair,

morre!

não tem o que ler.

nem sabe o que é tevê.

que vida chata esse peixe tem!


e eu?

com tantas opções.

posso viver na

água, na terra, no ar,

comer o que quero,

quando quero

e ir aonde quero.

tantas as vidas em mim.

tantos eus,

que a cada dia encontro

e posso ser o que quiser.


que vida legal eu tenho!

mas isso é vida?

meu peixe, e

bichos em geral

já sabem o que são;

chegaram à perfeição

da evolução.

precisam buscar ser mais o que?

ou não foi isso que

Darwin descobriu

e preconizou?


eu não.

tantos “eu” em mim

e não os conheço.

não sou nenhum deles.

nem sei se serei.

que vida chata eu tenho!


já sei:

quero ser peixe.


Leia alguns poemas de Maikóviski.

Assista vídeo da GloboVídeo sobre "Há 80 anos morria ladimir Maiakóviski, o poeta da revolução".

quarta-feira, 24 de março de 2010

universo privado
jopin pereira
23mar10, 06:35

ah, esse sol!
que abusivamente traz o dia que não quero
e me espreita sorrateiro
pelos veios
da rota persiana de bambuzinho

não me afaga,
me afoga em líquida luz,
não me aflora nada,
me deflora a íris,
me asfixia em cálido ar,
me banha em suor,
revela sonhos noturnos
e clareia pesadelos
que quero escondidos

sua ciclotímica vida me sintoniza
em seu movimento,

cativo da luz e poder
de sua inevitável presença


quero o direito de optar por não tê-lo,
quando preciso da escuridão contínua,
do frio que me faça encolher
e recolher o meu ser
à escuridão do interior

hoje,
eu precisava de uma noite mais longa
que não me submetesse
ao pêndulo do relógio do universo

e, sem solução,
recorro ao verso
para construir um universo privado,
onde meu dia e minha noite
possam ter a duração imprecisa,
que hoje preciso,
para me encontrar

segunda-feira, 15 de março de 2010

III Semana da Poesia - Rio de Janeiro / Niterói


De 14 a 21 de março, as cidades do Rio de Janeiro e Niterói recebem a III Semana da Poesia, celebrando duas datas de grande importância para o movimento poético: o Dia Nacional (14/03) e o Dia Mundial da Poesia, proclamado pela UNESCO (21/03).

Em 2010, a Semana irá celebrar o encontro da poesia com a música, fazendo uma homenagem a dois artistas de personalidade marcante e atuação múltipla, cuja obra é referência e atrai seguidores até hoje: o poeta da contra-cultura Paulo Leminski e o cantor ícone que atravessa gerações, Cazuza, por ocasião dos 20 anos da sua morte.


Maiores informações, programação, participação e possíveis alterações, podem ser acompanhadas no endereço:

http://www.semanadapoesiario.blogspot.com/

Um abraço do

Jopin

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher


Não poderia homenagear a todas vocês, se não fosse com a foto da minha mãe. A maior mulher que conheci!
Copérnico, Galileu, da Vinci, da velha safra e, tantos modernos, como o seu maior representante, Stephen William Hawking, criador da teoria do Big Bang, nos trouxeram o desvendar da ciência espacial, da história da Terra, e do esclarecimento sobre o Universo.
Mostraram-nos, descreveram o que somos, e de onde, provavelmente viemos, e para onde vamos. Cálculos, investigações por meio da Física, da Ciência Quântica, da Biologia, da Matemática, enfim, com o apoio da ciência. Esmiuçaram os planetas, das órbitas, do que existe em torno de nossa moradia, a nossa Terra, mas que poucos enxergam. E nos revelaram a nossa bela materialidade.
Mas, há um cientista raro, especial e único, que nos ensinou que há um Universo maior, convivendo em paralelo, onde podemos orbitar e sermos eternos.
Um Universo diferente do físico, do sideral, do estelar, do científico, que foi criado por elas e, que se não existisse, esses homens seriam apenas asteróides, perdidos no Universo, sem rumo, até se chocar com algo que os faria explodir e acabar.
Elas não permitiram isso!
Mas do que nós as vemos, elas nos enxergam, e precisam de nós, assumidamente, com sabedoria, mas não como nós, que as visualizamos, apenas. Que pena! Perdemos tanto!
Mulheres que nos permitem orbitar, termos, podermos e fazermos parte de um Universo emocional, sensível e de vida.
Nesse dia, que deveria ser todo dia, me faço arauto dos agradecimentos, dos parabéns, do estímulo, e de tudo que possam nos dar, trocar e retribuir.
Que sejam todos os dia, o Dia Internacional, o dia Nacional, o Dia Íntimo, o Dia de Cada Um Com Sua Mulher!
Sem frescuras de nada! Apenas se deixando levar numa bela tsunami de amor, (para os namorados), de companheirismo (para os colegas), de amizade (para os amigos), e da emoção que vier , mas sempre de vida, para quem vive.
Obrigado meninas: minha mãe, minha filha, minhas avós, minhas tias, minhas irmãs, minhas primas, minhas sobrinhas, minhas futuras netas ( se vierem) minhas colegas, minhas namoradas antigas e atuais, minha ex-mulher (a única), minhas empregadas, minhas amigas, as minhas companheiras dos cursos, as minhas benfazejas professoras e mestras, (lembro de D. Inez, minha primeira professora, nome de mamãe), tanta e tantas mulheres que acrescentaram partes delas em mim, ou eu não existiria como ser inteligente e emocio0nal.
Assistindo a um comercial ainda há pouco, ouço que: ”... uma mulher nem vai lembrar da marca do seu carro, mas jamais esquecerá que você abriu a porta para ela.”
Que seres especiais são esses? Pedem tão pouco, e dão tão muito, e o que querem não custa nada, só amor e carinho!
É que , às vezes, esse preço é muito grande para a insensibilidade!
Na próxima vida quero ser mulher!
E quero me casar com uma dessas mulheres da minha vida, que voltarão como homem!
Falei e disse!